O Diário de Bordo do Coronel Hiram Reis e Silva, construído em parceria com o Clube de História do Colégio Militar de Porto Alegre, relata projetos de navegação a caiaque realizados pela região amazônica.
Fase 1: Tabatinga-Manaus (concluída em fevereiro de 2009). Fase 2: Rio Negro (concluída em 20 de janeiro de 2010).

Percursos percorridos na Fase 1 e Fase 2

Percursos percorridos na Fase 1 e Fase 2
Mapa produzido pelo Globo Amazônia

Codajás/Anori

Por Hiram Reis e Silva (Anori, Am, 15 de janeiro de 2009)

- Codajás
À tarde do dia 13 de janeiro, saímos com o secretário de Cultura Cleuci Barbosa Alves para uma volta pelo município. Cleuci nos levou até as plantações de açaí e ao sítio onde será instalada a usina termelétrica da cidade movida pelo gás natural de urucu. O secretário afirmou que, infelizmente, as empresas contratadas pela Petrobras estão poluindo igarapés e comprometendo vertentes d'água sem qualquer comprometimento com o meio-ambiente. Ao retornar, já na Casa de Cultura de Codajás, fotografei algumas peças de cerâmica indígena encontradas às margens do Badajós. Segundo o secretário, nenhuma instituição científica realizou levantamentos no sítio arqueológico de Badajós.
Gostaria de deixar registrada um agradecimento aos proprietários e funcionários do Hotel Cunha e Cunha pela qualidade das instalações e atendimento prestados.

- Largada para Anori
Acordamos às 04:30 horas e solicitei à Polícia Militar para antecipar o horário, antes agendado para as 05:30 horas, para carregar nossos pertences e partimos às 05:30 horas. Na primeira curva do rio Solimões, fiz uma parada como era de praxe para descansar após 01:40 horas de navegação e 21 km percorridos. O Romeu e a Maria Helena tinham avançado por demais e continuaram remando sumindo da minha linha de visada. Após tomar um pouco d'água e comer umas bananas retornei ao rio procurando pelos dois parceiros com a resolução de parar novamente só após alcançá-los. Mantive minhas remadas compassadas tentando avistar os dois remadores.
Continuei remando sem parar tentando encontrar a dupla que, mais tarde tomei conhecimento, devo tê-los ultrapassado quando pararam em um flutuante.

- Chegada em Anori
Avistei a foz do Anori e fui novamente saudado por botos tucuxis e um enorme boto vermelho, o maior e mais belo que já havia visto. Ele não possuía nenhum matiz de cinza e exibia seu dorso de um vermelho formidavelmente homogêneo. Ao passar por alguns flutuantes e entrar em um dos acessos ao lago, a correnteza forte me assustou e procurei navegar pelo lado de dentro das curvas. Como já fazia algum tempo que eu não ingerira alimento ou líquido, resolvi saborear algumas 'araçás' que abundam nas margens do lago. A frutinha, muito semelhante no aspecto e no gosto às acerolas, me revitalizaram e consegui, inclusive, emparelhar com um dos motores que se dirigia a Anori e acompanhá-lo até o porto.

- A 'mão amiga' da Polícia Militar, da Consag e Prefeitura de Anori
Aportei no flutuante da Consag, mais uma vez, e um dos membros da companhia que já nos conhecia desde Coari fez as apresentações e rapidamente o caiaque foi guardado pelos amigos da Consag no depósito. Nos serviram de uma caldeirada no flutuante mesmo e acionaram pelo 190 nossos 'anjos da guarda' que chefiados pelo sargento Osmar se apresentaram imediatamente no local e carregaram nosso material para a viatura policial. Antes de embarcarmos na viatura o Sargento Osmar nos apresentou o vice-prefeito do município, senhor Ângelo Barroso, que foi nos receber pessoalmente no porto e nos franqueou a alimentação e pousada na sua cidade. O Osmar saiu conosco para tentar encontrar acomodações nos hotéis da cidade lotados com funcionários da Consag. Fui levado até o restaurante Cinco irmãos para nossas refeições e depois de uma busca exaustiva fomos acomodados nos Hotéis SK e Maria Isabel.

- Primeiro dia em Anori (14 de janeiro de 2009)
Tomei um bom banho, lavei minhas roupas, descansei um pouco e me dirigi ao restaurante lá pelas 15:00 horas para o almoço. A Maria Helena passou pela rua enquanto eu almoçava e eu a chamei. Depois do almoço fui até a Lan House e consegui contatar a minha filha Vanessa, o amigo Araújo e a amiga Mary. Como estava lenta demais, desisti de enviar as fotos de Coari que tinha tirado no último dia. Às 20:00 concedemos uma entrevista, na Rádio Comunitária Anori FM, aos dinâmicos repórteres Roberto e Letícia que nos agendaram outra para as 08:00 horas do dia seguinte.

- Segundo dia em Anori (15 de janeiro de 2009)
Depois do café às 07:00 horas, nos deslocamos para a rádio e no caminho fomos convidados pela senhora Nazaré que ouvira a entrevista do dia anterior para um café. Depois da entrevista o Romeu foi para o porto para mostrar os caiaques para a gurizada local e eu saí com o Secretário do Turismo e Meio Ambiente senhor Edir Mota Moura. Após o passeio, checamos que o secretário tem muito que fazer. O município carece de um Centro Cultural, de uma casa da Cultura, o balneário planejado pela administração anterior ficou só no papel ... Embora não seja diretamente ligada à sua pasta as escolas tanto do município quanto do estado, que visitamos, estão muito longe daquelas que pudemos observar ao longo da calha do Solimões. Embora a infra-estrutura seja fácil de reparar achamos que o desafio maior seja o de tentar comprometer a comunidade com a manutenção e preservação do patrimônio público. Concluímos nosso tour pela cidade entrevistando duas queridas freirinhas gaúchas cujo teor da entrevista vamos colocar no blog.

- Agradecimento a Anori
Gostaríamos de agradecer especialmente ao Sargento PM Osmar, ao Vice-Prefeito Ângelo Barros e seu secretário do Turismo e Meio-Ambiente Edir Mota Alves, ao pessoal da Consag e aos repórteres Letícia e Roberto, da Anori FM, por tornarem nossa estada na cidade tão agradável e produtiva.
Clique na foto abaixo para ver o álbum contendo as imagens produzidas
14-15 janeiro:Codajás/Anori

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