Interessante como as vivências passadas influenciam nosso modo de ver as coisas, encarar a realidade. Em Manaus, tudo me fazia recordar os bons tempos, o convívio diário com minha esposa e as crianças nos arejamentos (períodos de 6 dias de descanso da labuta mensal, ininterrupta, da BR 174). Sempre comparei minha esposa a uma valquíria, uma guerreira, que, na retaguarda, me amparava e estimulava a enfrentar os desafios de uma estrada golpeada pela inclemência das amazônicas intempéries. Vanessa, com 3 anos, e a Danielle, com 3 meses, careciam de cuidado especial, já que o trabalho me compulsava a ser um pai ausente.
Ando pelas ruas, pelos locais de tão gratas lembranças. Eu, uma profunda e ingrata nostalgia. Em Tabatinga, as vivências são novas. A cidade e as pessoas são páginas em branco. Aos poucos dou formato às novas experiências.
(Hiram Reis e Silva, transcrição de arquivo de voz)
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